Quando o Cansaço Fala Mais Alto: Ser Mãe e Continuar de Pé

When Exhaustion Speaks Louder: Being a Mother and Still Showing Up

Nem sempre se nota à primeira vista. Mas por trás daquele sorriso amoroso, há muitas mães que acordam com os olhos pesados, o corpo em esforço e a mente a correr em várias direções, mesmo antes do pequeno-almoço estar feito. E o maior ladrão dessa energia? O sono, ou melhor, a falta dele.

Este artigo é uma pausa necessária. Para que possas, por uns minutos, pensar em ti. Na tua saúde, na tua exaustão, no que andas a sentir e talvez nem consegues dizer em voz alta.


Dormir pouco e cuidar muito: um equilíbrio (im)possível?

Durante os primeiros meses depois do nascimento, mais de 60% das mães dormem menos de seis horas por noite. Pode parecer um dado esperado, mas o impacto é real: o corpo entra em modo de sobrevivência.

  • Fica mais difícil reagir com calma a situações desafiantes.
  • As respostas emocionais tornam-se mais intensas.
  • Pequenas tarefas parecem montanhas.

E isto tudo enquanto se cuida de um ser humano completamente dependente. É muita pressão para um corpo que só queria dormir mais um bocadinho.

O lado invisível do burnout materno

O burnout não acontece de um dia para o outro. É uma acumulação silenciosa. Começa com cansaço, segue com irritabilidade, passa para apatia. E de repente, sentes que estás a fazer tudo no piloto automático, sem energia para te importares.

Exemplo real: Ana, 34 anos, mãe de dois filhos, relata que chora com frequência sem saber bem porquê. "Faço o jantar, brinco com eles, dou banho...e mesmo assim sinto que não estou a conseguir."

Este tipo de esgotamento emocional afeta a relação com os filhos, com o parceiro e, sobretudo, contigo mesma.

Uma mulher sentada num sofá tarde da noite, a esfregar os olhos de cansaço enquanto trabalha num portátil numa sala pouco iluminada.

Quando o corpo diz "basta"

A privação de sono crónica e o stress constante têm efeitos diretos no corpo. Não se trata apenas de uma sensação de cansaço: é um sinal de que o organismo está em sobrecarga. As dores persistentes, as alterações no apetite, a dificuldade em concentrar-se e aquela sensação constante de alerta são manifestações físicas de um corpo que está a pedir pausa.

Mais de 8 em cada 10 mães relatam um aumento significativo de stress quando estão privadas de sono. E esse stress não é apenas emocional, tem consequências reais.

O risco de depressão pós-parto aumenta, a ansiedade torna-se mais presente no dia-a-dia e o sistema imunitário fica visivelmente mais frágil. A longo prazo, este desgaste pode comprometer a saúde geral.

Uma mãe cansada deitada na cama a bocejar ao lado do seu bebé, claramente privada de sono e a lutar para descansar adequadamente.

A solução pode não ser imediata nem simples, mas começa sempre pelo reconhecimento dos sinais e pela procura de apoio. Porque ignorar o corpo não o silencia, só adia o inevitável.


As várias "vidas" de uma mãe

Ser mãe não é apenas uma função. É uma coleção delas:

Enfermeira: quando tratas feridas (reais ou emocionais).
Cozinheira: mesmo quando estás sem fome.
Psicóloga: quando geres birras, ansiedades, inseguranças.
Professora: nas tarefas da escola.
Motorista: nos trajetos diários.

E ainda tentas manter a tua carreira, a tua relação, a tua casa, a tua sanidade. Ser multitarefa é um superpoder... mas mesmo os super-heróis precisam de descansar.

Uma mãe e a sua jovem filha a trabalhar juntas na mesa da cozinha, concentradas num ecrã de portátil rodeadas de livros e materiais escolares.

O sono como base do bem-estar

Dormir bem é fundamental, mas não basta ter horas de sono. É preciso qualidade. Ritmo. Continuidade.

Dicas práticas que podem ajudar:

  1. Cria uma rotina noturna para ti, não só para os filhos.
  2. Desliga o telemóvel 30 minutos antes de dormir.
  3. Mantém o quarto escuro, com temperatura agradável.
  4. Evita cafeína a partir da tarde.

E, acima de tudo, comunica. Partilha com quem vive contigo o que precisas. O descanso é um direito, não um luxo.

Equilibrar vida pessoal e profissional: mito ou desafio possível?

A culpa materna é quase automática. Trabalhas demais? Sentes que não estás presente. Estás mais tempo em casa? Sentes que estás a falhar contigo. A verdade é que o equilíbrio não é perfeito – é dinâmico, adaptável, imperfeito e pessoal.

Algumas mães encontram pequenas rotinas que ajudam a respirar no meio do caos. Parar por 10 minutos apenas para estar em silêncio, respirar fundo ou beber um chá pode fazer maravilhas pela energia mental. Outras escolhem delegar certas tarefas, mesmo sabendo que não ficarão feitas exatamente como gostariam – mas o alívio compensa. E há ainda quem aprenda, com o tempo, a dizer "não" com mais convicção e menos culpa, protegendo o seu espaço sem justificar cada decisão.

Cada escolha conta. E nenhuma precisa de ser perfeita para funcionar.

Uma mãe com aparência sobrecarregada enquanto apoia a filha, que está a repousar a cabeça num caderno durante uma sessão de ensino doméstico na mesa de jantar.

Cuida de ti como cuidas dos outros

Cuidar de ti não é opcional. É fundamental para continuares a dar o melhor à tua família.

Podes começar com pequenas mudanças:

  • Reservar um momento do dia só teu (5, 10 minutos... o que for possível).
  • Investir num ambiente que convida ao descanso (quarto organizado, colchão confortável).
  • Dizer em voz alta o que estás a sentir.

Tens direito a sentir, a falhar, a descansar. A maternidade não deve ser um teste de resistência, mas sim uma jornada com pausas.

No Dia da Mãe, oferece-te descanso

Mais do que flores ou mensagens bonitas, talvez o que mais precisas este ano seja um momento de pausa. Um pouco de compreensão. Um lugar onde possas simplesmente ser.

Neste Dia da Mãe, celebra o amor que dás todos os dias. Mas lembra-te de cuidar de quem o oferece: tu.

Descansar é cuidar. Cuidar de ti é amar também.

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